Acordes do Sol Nascente

Duas Gerações Marcantes da Nave Mãe Japonesa

Volumetria em decadência no Brasil, o sedan já teve seus anos de glória por aqui. Sobrevivendo. Representante de grande porte da marca de Soichiro, o Accord desembarca novamente aqui no Alma, num comparativo entre duas de suas gerações, que vai muito além do design.
A linha dos faróis do 2009 faz um corte preciso nos pára-lamas frontais, mostrando a cada ângulo rotacional de visão sua tridimensionalidade e imponência. De sua linha de cintura, que faz um forte vinco até se unir às linhas das lanternas traseiras, mostra que ele é um todo de austeridade e simplicidade.

A grade frontal do 2022 que se une aos faróis, identidade visual atual da Honda, aqui ganha tamanho equivalente às proporções de sua categoria, combinando outros elementos contemporâneos do design, com vincos tridimensionais e chanfros característicos.
Foram pioneiros para a marca, cada qual trazendo novidades para seus respectivos momentos, mantendo o peso de sua importância não somente para a Honda, como também para Terra do Sol Nascente e tantos outros lugares do mundo em que fizeram enorme sucesso. As diferenças que vão além das aparências serão denotadas a seguir.

Sob demanda

Toda geração seguinte de um carro tem a premissa de trazer não só inovações, mas fazer jus aos predicados do anterior, aprimorando quesitos. Não seria nem um pouco diferente no caso do sedan top de linha da Honda, que iniciou sua trajetória no Brasil em 1992. O Honda Accord tem sua fama em alto patamar em diversos aspectos.

E aqui, temos o EX ano 2009 (a quinta geração no Brasil) que trouxe, além de espaço e conforto, tecnologias como o sistema que permite que seu motor V6 trabalhe com 3, 4 ou os 6 cilindros ligados, de acordo com a demanda de uso. Isso gera relativa economia (mais do que sua versão 3.0), ainda que para um motor 3.5 litros de 24 válvulas e 34,6 Kgfm de torque máximo, que gera modestos 278 cavalos. Mais potente que alemães de mesma categoria de carroceria e com preço menor que esses e a qualidade que é marca registrada de um Honda, essa geração do Accord brigava diretamente com o Fusion.

São 4,93 metros de comprimento e 2,80 metros de entre eixos em 1,84 metro de largura, suficientes para proporcionar ótimo espaço interno, inclusive para os passageiros do banco traseiro e ainda assim um porta-malas de 453 litros. Por dentro de seus 1635 kg, o ar-condicionado dual zone, som premium, bancos em couro, seis air bags e teto solar são motivos mais do que suficientes para pegar uma longa estrada a bordo deste belo automóvel.

Sucesso no Brasil e no mundo, passou pelo tempo em excelente forma, sendo ainda hoje uma referência de como se fazer sedans de alto nível.

Híbrido

Treze anos e duas gerações depois, temos agora o Accord Touring EHEV 2022, que traz consigo muita tecnologia e o predicado de ser o primeiro Honda híbrido à venda no Brasil. Mantendo a atual identidade visual da família Honda, o símbolo com borda interna azul (indicativo de que se trata de um hibrido) e sua grade cromada que integra os dois faróis é junto com o para-choque a parte mais pronunciada da frente de seu grande volume de 4,89 metros de comprimento e 1,86 metro de largura.

Tem a mesma plataforma do Civic e, pesando 1555 Kg, é impulsionado por quatro motores! Um movido à combustão, de 2.0 litros e 149 cavalos e três motores elétricos, de 184 cavalos que, combinados, geram 215 cavalos e 32,1 Kgfm de torque máximo.

Quando ligado, o motor à combustão carrega as baterias que geram energia para os motores elétricos. Com satisfatório 0 a 100 Km/h em 7,5 segundos e 187 km/h de velocidade máxima, rende 17,9 Km/l em trecho urbano e 17,1 Km/l na estrada pois, com maior limite de velocidade nas rodovias, a partir de 110 km/h o motor à combustão é priorizado.

A tecnologia embarcada tem piloto automático com assistente de colisão, medidor de fluxo de energia, head up display (projeção da velocidade no vidro do para-brisa do veículo, permitindo mais comodidade e praticidade) que além da velocidade, permite visualizar outras informações (energia, navegação, etc.), câmera de ponto cego, ventilador de banco em três níveis, aletas atrás do volante para selecionar a força de regeneração da bateria, modos de condução econ, sport (para maior performance) e EV (100% elétrico), seletor de marchas (botões) e a convencional alavanca do câmbio automático foi substituída por botões no console central.

Para um sedan deste nível, peca por não ter acionamento elétrico para abertura e fechamento do porta-malas e que, ainda assim, possui espaço e conforto de sobra em seu interior, proporcionados pelos 2,83 metros de entre eixos e bagageiro com capacidade para 574 litros.

Pioneiros de seus tempos e categorias, essas duas gerações do Accord mostram que tantos mimos vão além da utilidade rotineira.

Texto: Victor Dertassoli

Fotos: Mauricio Garcia

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