De repente 30

O Renascimento do Pony Car

Em 1964, os baby boomers se habilitaram e foram surpreendidos com um lançamento de enorme sucesso: o Mustang vinha a público e se tornaria um dos maiores ícones automotivos entre diversas gerações.

Nas décadas de 70 e 80, a crise do petróleo e a entrada massiva dos carros japoneses no mercado norte-americano fizeram sua popularidade cair e os modelos dessa fase não atingiram o sucesso almejado.

Os anos 90 estavam a caminho e para chegada de seu 30º aniversário, era o momento de celebrar: eis que em 1994 surge a quarta geração do Mustang.

Foto: Maurício Garcia

Seu estilo tipo ‘’sabonetão’’, uma característica típica do design automotivo da década de 90, com volumetria e linhas suavemente arredondadas, tornaram sua frente mais carismática em relação aos anteriores, ainda assim mantendo a essência.

As rodas aro 17 de três raios duplos ficaram muito bonitas para o modelo, calçando pneus nas medidas 245/45.

As entradas de ar no longo capô e as linhas de caráter laterais que aprofundam a lataria e vão até a entrada de ar traseira remetem à primeira geração, tal qual o cavalo galopante que volta a ornar a grade dianteira; o que não ocorria desde 1978.

Outra curiosidade de seu desenho são a escrita ‘’Mustang GT’’ em baixo-relevo no pára-choque traseiro e as três listras das lanternas traseiras, que são horizontais ao invés de verticais, como na primeira geração.

Foto: Maurício Garcia

Seu interior todo em preto tem um desenho com linhas arredondadas que integram muito bem o motorista e passageiro ao cockpit, possui dois air bags, freio ABS e os comandos básicos de conforto, sem exageros, afinal, seu objetivo também era colar pessoas no banco, com um 0 a 100 Km/h em 6,7 segundos.

Essa geração teve nas opções de carroceira cupê e conversível, na versão básica, com motor V6 de 3.8 litros e 145 cavalos (29,7 Kgfm de torque) e a GT, equipada com um V8 de 5.0 litros e 215 cavalos, que despejava os 39,4 Kgfm de torque (que não à toa tem que tem até barra anti-torção) na tração traseira, onde logo após temos dois sinceros e cromados escapamentos nas extremidades, que proferem o marcante som do motor V8, que mesmo em ‘’ponto morto’’ tem seu grave forte e característico.

Foto: Maurício Garcia

Por aqui, na época de seu lançamento, o dólar valendo quase o mesmo que o real possibilitou a entrada de diversas unidades no país, contribuindo para alegria dos fãs de tração traseira e excesso de torque, no bom estilo americano. Com isso, a garagem que tinha um Lada deu lugar ao Mustang das fotos.

Nós fomos agraciados com a versão GT, que além do clássico V8 e câmbio manual com a transmissão borgwarner t5 tem a rara cor amarela, que por sinal cai muito bem nesse modelo e, um detalhe muitíssimo interessante: único (e feliz) dono.

E pudemos ver de perto e sentir o ronco desse motor notando que, apesar de ser um carro confortável, ele pode se tornar muito arisco e torcer pescoços por aí. Sem dúvida essa quarta geração colocou o pony car de volta no caminho certo.

Texto: Victor Dertassoli

Fotos: Maurício Garcia

Agradecimentos: Flávio Caramico e André Azevedo

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