The dark side of the Cobra
Criação do texano Carroll Shelby, que uniu o clássico V8 norte-americano à bela carroceria dos carros britânicos da AC Cars, o Cobra é desde os anos 60 até hoje um dos maiores ícones da cultura automotiva.
As rodas raiadas e escapamento traseiro do esguio inglês deram lugar a escapes laterais com grandes polegadas e um shape mais musculoso, para acomodar pneus bem mais largos, necessários para o pouco torque que viria da frente.
Venerado dentro e fora dos Estados Unidos, aqui no Brasil ele tem diversas réplicas que são fabricadas desde a década de 80, feitas por empresas especializadas em plásticos e fibra de vidro e até unidades feitas de modo artesanal.
Salvo engano, temos duas unidades originais aqui no Brasil.
Já tivemos aqui na página uma réplica (feita em casa) no estilo clássico, de cor azul com duas listras brancas e rodas cromadas.
Dessa vez, temos aqui a versão ‘’dark side’’, toda em preto (o tal do ”chrome delete” aqui foi até nos mínimos detalhes) com uma faixa em preto fosco e detalhes das rodas, capô e interior na cor vermelha.
Painel de instrumentos simples e analógico, mostrando apenas o mínimo necessário para a condução nenhum pouco serena deste bólido, que tem cintos de quatro pontos, outro sinal de maldade.
Essa também segue a receita padrão de muitas réplicas por aqui, tem o motor V8 do Landau e o câmbio manual da Ranger, mantendo assim componentes de membros da família Ford, ficando ainda assim algo ‘’caseiro’’. Detalhe bem interessante para a barra posterior de suporte do santantônio, que ao invés de simétrica, é inclinada na lateral.
Se o Cobra por si só já é agressivo em motor e visual, essa versão é o ápice do estilo ‘’maldoso’’, fazendo este parecer o lado vilão dos Cobra.
Mais do que simplesmente um carro, o Cobra é a essência de todo um estilo de vida, de liberdade, força, de uma experiência sensorial muito além do ato de dirigir e quase que inigualável no modo em que uniu um belo design, com detalhes cromados nas perfeitas junções e proporções com os exageros numéricos do motor norte-americano. Além disso, as muitas opções de personalização permitem refletir o estilo dos felizes proprietários, tornando cada exemplar algo único.
De fato, uma receita que deu (muito) certo.
Texto: Victor Dertassoli
Fotos: Maurício Garcia
Agradecimentos: Old Is Cool Motors