Superlativos do Inédito

O BMW Série 7 do Salão do Automóvel

O ano é 1992 e o Brasil mal havia começado a se encantar pelos importados que entraram de vez em nosso mercado. Com diversas novidades tecnológicas, novos materiais e acabamentos, motores mais desenvoltos, designs à frente de seu tempo e tantos outros inéditos predicados que juntos tornaram-se um ‘’divisor de águas’’, causando forte impacto e mudando para sempre a cultura automotiva em nosso país.

Nessa onda inicial de importações, a BMW trouxe diversos modelos que à época eram o suprassumo de performance, tecnologia e conforto, a exemplo da série 3, que cativou um grande público. Mas não é dela que iremos falar, e sim, da série 7, o maior sedan da marca, que, se em seu país de origem já era um carro de luxo, o que dizer então dessa ‘’nave mãe’’ aqui no tupiniquim. Um absurdo.

Foto: Maurício Garcia

Temos aqui a segunda geração (E32) da 740i ano 1992 – modelo 1993, com suas marcas registradas na identidade visual, em um desenho muitíssimo equilibrado, graças também a sua linha de cintura, que vai das lanternas dianteiras até as traseiras e claro, o ‘’chanfro’’ característico da coluna C, mantendo o DNA da marca.

Foto: Maurício Garcia

A abertura do capô ao contrário do convencional (com abertura na junção com o vidro do para-brisas), apesar de não muito prática, é um charme à parte; e abriga debaixo de si um longitudinal V8 de 4.0 litros de 286 cavalos, cujos 40,7 kgfm de torque são, de certa forma, amansados com tanto requinte, ótimo acabamento e câmbio automático de 5 marchas.

Foto: Maurício Garcia

Com exagerados 2,83 metros de entre eixos em uma carroceria de 4,91 metros, esse espaço de sobra denota que o público-alvo deste nada leve sedan de 1790 quilos eram pessoas acostumadas com motoristas, e por isso, nada mais condizente do que luxo e conforto extra nos bancos traseiros, que sãos elétricos e com aquecimento, cortina manual nos vidros laterais e elétrica no vido traseiro, ar condicionado, luzes de leitura, bancos de couro e, na frente, madeira legítima, a air bag duplo, teto solar, computador de bordo e acabamento de primeira linha.

E com isso, a viagem a bordo de seus assentos traseiros não deve em nada para muitas ‘’primeira classe’’ dos aviões, em uma comparação simplista, claro.

Ainda que ela tenha sido feito para se andar no banco de trás, eu não me importaria nem um pouco de ficar apenas de motorista dessa maravilha.

Texto: Victor Dertassoli

Fotos: Maurício Garcia

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